{FP} Anne E. Levine

Anne sempre foi uma menina doce, mas com o passar do tempo isso foi mudando, acho que por falta de uma presença paterna em sua vida, porque nunca chegou a conhecer seu pai, vivia somente com a mãe, Christine e seus irmãos, Aaron e Michele, que também não conheciam o pai. Poderia dizer que sua família era perfeita, mas não era, tinha brigas? É claro, mas logo estavam todos de bem, rindo, como se nada tivesse acontecido. Anne se dava muito bem com todos, mas com o tempo ficou ríspida e sarcástica, amargurada. Possui uma grande dificuldade em aceitar seus sentimentos, o que torna sua relação com os outros um pouco tensa, já que em uma hora tudo pode estar perfeito e em outra, estarem em guerra. Acho que a dificuldade em aceitar seus sentimentos vem porque ela não conheceu seu pai, não por vontade própria, já que ela tem uma imensa vontade de conhecer ele, mas porque ele foi embora antes que ela pudesse conhece-lo. Parece que essa desconfiança toda em sentimentos e no sexo oposto vem do fato dela ter um pai, mas não conhecer ele. Anne tem pavio curto e se estressa fácil. Para combinar com sua personalidade, seus cabelos longos e de um castanho natural. E seus olhos verdes te faziam mudar de ideia completamente. Ela não pode dizer com detalhes como aconteceu sua transformação, ela lembra somente que em um dia de inverno ela brigou com sua mãe e saiu de casa. Estava chovendo mas isso não a impediu de continuar seu caminho. Ela estava de cabeça quente, por isso não olhava para onde iria, e isso não importava no momento. Só que esse foi seu pior erro, pois não notou que tinha entrado em um beco, e sem saída por sinal, e também não notou que alguém a seguia, e como notaria? A pessoa não fazia som algum, nem ao caminhar. Quando ela notou onde estava tentou voltar, mas a pessoa, que depois se descobriu ser um homem, estava no caminho, trancando a passagem. Ela não conseguiu acompanhar o movimento, somente sentiu uma dor em seu pescoço e depois algum líquido descendo por sua garganta, como não tinha condições de fazer nada somente tomou, e depois viu somente escuridão. Quando acordou, ao seu lado tinha um bilhete explicando tudo. Depois de ler saiu para a floresta, não estava acreditando naquilo, eram somente histórias, não? Do nada ela sentiu um cheiro maravilhoso e correu direto para ele, fechou os olhos e somente aproveitou o manjar dos deuses, pelo menos era isso que parecia. Ao abrir os olhos se deparou com um corpo, de uma criança e se sentiu um monstro ao perceber que tirou a vida de uma pessoa inocente. Com isso ela resolveu não ter um lugar fixo para morar, passou 150 anos viajando de cidade em cidade, mas somente nas que não faziam tanto sol e fazendo muito pouco contato com humanos, afinal não podia ficar no sol ou explodiria em cinzas e não queria que seu pior medo se repetisse.